Fiz o que amava e também sobre controle

Eu queria estar num computador ou no tablet porque tenho a impressão de que “sai melhor”, mas o ponto é que eu tenho tanto a falar. Fico me preocupando em seguir uma ordem cronológica do que preciso dizer, do que preciso tratar, mas as coisas só vão saindo do meu controle, e saindo do meu controle.

Controle

Talvez tenha sido a minha maior virtude ao longo da vida, e agora a minha maior fraqueza, sabendo que nem tudo pode estar no meu controle, por mais que eu tente, me planeje, pense, pense e pense.

A minha vida mudou completamente aos 27, e coisas que eu achei que nunca viveria, finalmente chegaram.  O meu conto de fadas chegou!

Eu tentei imaginar cenários que ilustrariam esse momento, eu imaginei pedidos, eu imaginava tanta coisa…

Mas era tudo distante, e para mim impossível. Eram aquelas coisas que você já quis muito, mas acordou pra vida e se tocou que não ia acontecer. Porque vocês sabem, né? Eu não ia ter a sorte de viver uma comédia romântica sendo idêntica à principal de uma.

Porque vocês sabem né? Nem tudo que pode ser, é.

Eu me conformei e acreditei com toda certeza de que jamais seria "amada em voz alta", mas menina, vocês acreditam que dessa vez eu estava errada?

E ainda bem que eu estava.

O senhor meu cônjuge mudou toda a minha percepção sobre a minha própria pessoa, e tem me ensinado que eu merecia sim viver a minha comédia rômantica e ser amada aos quatro ventos, vivendo um amor leve, tranquilo, e que ninguém precisa se esforçar demais para amar ou para saber que quer estar ali.

Neste último ano eu descobri que não era para ser dramático, não era para ter choro, ansiedade, dúvidas, será que me ama, será que não me ama...

Só quem gosta disso é leitor, e ainda bem que eu entreguei conteúdo noos últimos anos viu desenfresquers, mas graças a Deus que isso me deu uma trégua. É bom demais amar.

Eu nunca dou nomes por aqui né? Vocês sabem, mas o Davi chegou e eu nunca mais fui a mesma, ou na verdade eu nunca fui tão eu mesma. E é bom demais.

Eu ainda tenho tanto a falar por aqui, eu tenho tanto a colocar para fora desse quase um ano que não escrevia, e acho que não cheguei a comentar sobre como eu não gosto de fazer isso quando não é prazeroso, porque aquela história de trabalhe com o que você ama e você nunca mais amará nada é um pouco verdade.

Quando você passa 10 horas por dia escrevendo,  pensando e editando textos, quando você chega em casa tudo que você não consegue é colocar todos os seus sentimentos para fora dessa maneira, porque vai parecer trabalho, e aparentemente, meus amigos, você precisa descansar.

Falando que é aparentemente porque eu tenho indicadores de necessidade de descanso, como manchas roxas, crises de ansiedade piores que o normal e estresse contínuo que resultam em choro desesperado, é aí que entendo que estou no meu limite e preciso desacelerar. Um dia eu ei de aprender a não esperar pelo limite, mas ainda não chegamos lá.

Então eu precisei deixar um pouco de lado antes que se tornasse algo que eu não gostasse mais de fazer, o que seria impossível, porque eu não sei quem eu seria se eu não fosse a pessoa que gosta de escrever e escreve um blog. É a minha identidade visual, e só de pensar em nunca mais alimentar o Desenfresca com insanidades da minha cabeça entraria em pânico, com certeza.

Mas o ponto é que precisei deixar de lado para que eu continuasse amando do fundo do coração o que eu sempre amei fazer: escrever por prazer, e sinto até que estou um pouco enferrujada, mas nada que um pouco de prática não resolva.

Entendi com a terapia que tudo é feito de processo, então fui voltando aos poucos até que eu pudesse fazer com prazer, e bem feito. Que ao acabar um texto eu pudesse me sentir livre e aliviada. Tem dado certo.

Mal posso esperar pelas próximas semanas.