Vou contar uma história de amor - mas tem um final ruim
- desenfresca
- 3 de abr. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de abr. de 2023

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Eu sempre fui o tipo de garota-romance. Sempre mesmo, e isso influencia diretamente nesta história que vou contar, mas acontece que não foi assim que imaginei essa história sendo contada. Pois bem, sempre imaginei que contaria aos ventos uma linda história de amor com um enorme final feliz, e provavelmente um pedido de casamento totalmente surpreendente, porque eu acho que é assim que acontecerá comigo um dia, ou eu nem sei mais, mas talvez sim.
A primeira coisa que você precisa saber depois disso é que eu saí diretamente de um conto clichê de romance, mas um clichê fora de todos os clichês que eu já ouvi, e talvez seja pelo fato de eu ser uma pessoa tão sentimental que as histórias apenas sejam bem contadas. Algumas sim, outras nem tanto.
A segunda coisa que você deve saber é que as coisas podem mudar muito, muito rápido.
Aos 15 anos todo mundo tem um amor lindo, cheio de luz, e cores vibrantes, e a magia de se apaixonar pela primeira vez é incrível: o frio na barriga, mensagens secretas, horários iguais, e planos para secreta e casualmente fazer o destino parecer perfeito e totalmente propenso aos contos de fadas. Eu vivi isso duas ou três vezes na minha adolescência, e apesar de parecer muito para uma mera jovem, tanto faz, foi mesmo! Mas são histórias e situações totalmente diferentes, e por aqui iniciaremos.
A primeira vez que senti borboletas no estômago iniciou na adolescência e perpetuou até os meus 19 anos, e me rendeu uma carta de seis páginas. Mas sem dicas do futuro. Vamos aos 15 quando eu achava que casaria com o primeiro cara para quem dedicaram um ‘com quem será’.
Como vocês devem imaginar, eu estava tão errada. E que bom que eu estava errada, senão as coisas teriam desandado taaanto…
Infelizmente aprendi na pele que se apaixonar por algo que criamos de alguém é mais difícil do que sofrer normalmente, porque a pessoa é simplesmente tudo que você esperava, e mais! Meu primeiro amor foi assim, e imagino que a grande maioria também. Então ele estava tomando água e apareceu na minha frente após tantos anos, e isso tinha que ser o destino, igual nos filmes, era isso! Essa história contém muitos encontros e desencontros e eu tenho orgulho disso, porque ela é mágica, ainda que com um final decepcionante para a adolescente de 15.
Viver um romance impossível é um prato cheio: boas memórias, histórias e choro no canto do banheiro completam a coleção de algo milimetricamente organizado para fazer de mim uma adulta cheia de clichês na bagagem. Bingo!
Como eu disse, conheci esse rapaz ainda quando era muito pequena, e o reencontrei quando tinha uns 12, depois, 15, 17, 18, talvez. Um vai-vem também milimetricamente planejado para ser uma grande história de amor que Julieta invejaria.
Preciso acrescentar que a primeira vez indo ao cinema teve a ilustre presença dele, (e essa história eu quero contar com a empolgação adolescente):
Pelo Facebook, ou o primórdio dele, o convidei para ir ao cinema, pois seria sua última semana na cidade (sim, essa história inclui mudança de cidade, clima e planos), e eu queria tanto vê-lo, tanto…
Criei coragem de onde não tinha, e sugeri o encontro. Ele, apesar de muito tímido, aceitou e combinamos de nos encontrar no cinema da cidade. Disso, tive alguns dias para decidir a roupa perfeitamente romântica para essa ocasião, provavelmente a mais importante num longo intervalo de meses, e com a ajuda das amigas que acompanhavam a história durante anos, ou meses, porque os anos provavelmente seriam frutos dos sentimentos alimentados dentro de mim, que eram tão intensos que pareciam ter nascido comigo.
Usei o que obviamente a mocinha de um um filme da Sessão da Tarde usaria: vestido levemente rodado com bolinhas romanticamente calculadas para me fazer parecer a mocinha perfeita. Eu tinha que caprichar, essa história seria contada aos nossos filhos, que provavelmente acreditariam no amor como a coisa mais poderosa do mundo, assim como nos filmes, um beijo de amor verdadeiro cura todas as dores.
O filme foi bom, mas hoje não consigo me lembrar de nenhuma cena, não sei porquê. Ao sair, tudo aconteceu conforme o meu planejado e as coisas pareciam se encaminhar muito bem. Devo admitir que ele foi um rapazinho muito corajoso em ir conversar com a minha mãe, mas logo no dia seguinte viriam as surpresas, e agora as reviravoltas iniciam, prepara pipoca!
Continua na próxima semana...
Observação: essa história pode ou não ser verídica. Pode ser meio verídica, mas pode ser a maior mentira também. 🤷🏻♀️
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