Vou contar uma história de amor - mas tem um final ruim parte 02

Vamos nomear as pessoas aqui, o Adão foi embora, voltou para a vida real, e seguiu mais em frente do que uma linha reta. Sim. Prato cheio novamente para um clichê, porque a mocinha precisa sofrer um pouco para pegar o apreço do público de casa. Ele voltou, para seus travesseiros, raios de sol e brisas pela manhã, e tudo isso tão tão distante. O mesmo vento que o fazia respirar fundo antes de mim batia novamente e isso não influenciaria em nada. As ruas não me traziam como memória. Tudo estava aqui, e nada lá. Toda a dor, drama e sofrimento caiu no meu colo como um belo presente de natal. Tudo meu. A sorte me encontrou com tanta felicidade que ainda ganhei uma desfeita de amizade, e um possível pedido de casamento, sem mim! Tudo isso sem mim. Nem de longe!

Quem pensa nisso? Seria este o fim da linha? Não teria final feliz para contar? Era uma boa história, vai?! Mas papo acabado, não me meto com pessoas comprometidas, porque mais na frente vocês descobrirão que na verdade quem tem vocação para corno, esse alguém sou eu!

Anos se passaram e eu vou dar um enorme salto nessa história antes que ela vire a carta que citei no começo do capítulo. Aniversário, cidade, destino. Guardem essas palavras-chaves, porque agora tudo vira uma enorme bola de neve, ou areia, ou sabe Deus o quê.

Desejo feliz aniversário nas redes sociais, sem interesse algum, mas com todo o interesse em que o destino agisse e me colocasse nessa história de novo, era isso que eu queria contar, era isso que a mocinha estaria destinada a viver, certo? Errado! Tudo errado. Tudo aconteceu e ao mesmo tempo nada. Ele estava de volta ao pedaço, lindo, bronzeado e reluzente como nunca. Quero deixar um registro de que essa é uma visão minha, já que minhas amigas (as mesmas que me ajudaram com a roupa aos 15) afirmam nunca ter visto tais descrições, mas deixo registrado que essa era a visão que eu tinha.

Eu estava encantada, eu estava nas nuvens com absolutamente NADA! ha-ha-ha, sim patética a este nível. Tudo bem, o encontro foi legal, mágico, toque inesperado de mãos no escuro de um cinema, tudo como mandava o figurino. Sempre segui certinho tudo que os romances me ensinaram. A noite terminou de forma mágica, e mais uma vez eu pensei ‘agora vai’, mas já adianto que falarei isso muitas vezes: ainda não foi.

De fato não foi, o rapaz foi embora, noivou, separou, eu cresci, e comecei a namorar, e PÁ: retornou para a minha cidade, livre e desimpedido. Só que isso é uma história lá para frente, apenas guardem essa informação. Ele ainda volta!

Todo esse amor e romance que vivi se passou mais na minha cabeça e no meu coração do que na realidade. No mundo real as coisas aconteciam de forma diferente...

Observação: essa história pode ou não ser verídica. Pode ser meio verídica, mas pode ser a maior mentira também.

Observação 02: pode ser que continue e pode ser que eu nunca mais volte a essa história.