Ô mãe, me responde aqui…

O texto de hoje é um texto para a minha mãe.

Não para a minha mãe, mas para a minha mãe.

Ontem eu ouvi uma criança perguntando uma coisa, e me deixou reflexiva de mil maneiras diferentes: ô mãe? Quando foi a última vez que eu te perguntei “Ô MANHÊ É PRA LAVAR O CABELO?”

E aí me peguei presa àqueles pensamentos clichês do Facebook, de que um dia fizemos uma coisa pela última vez e não nos demos conta. E é sobre isso, só que muitas coisas a mais do que eu imaginava.

Me questionei quando pedi ajuda para minha mãe me dar um banho pela última vez, ou quando eu perguntei algo inesperado pela primeira vez.

Ao longo dos pensamentos que tive em cerca de meia hora olhando memórias pela minha boa e velha casa, me dei conta de que esse passado era muito mais presente do que eu me lembrava.

Aqui em casa temos muitos costumes legais. Um deles é perguntar se o cabelo está cheiroso.

Às vezes chegava com o cabelo convicta de que estava cheiroso, impecável. Meu avô para tirar onda com a minha cara fazia algo do tipo “🥴”, e logo caía na risada porque queria que eu lavasse o cabelo novamente…

Ótimas lembranças, sinto sua falta Paulinho

Mas mãe, quando eu te pedi arroz com tomate pela última vez? Aham, bingo! Semana passada.

Eu fiquei muito feliz em reparar que as pequenas coisas do cotidiano não se perderam ou esvaíram com o tempo, aqui em casa apenas se modificaram aos momentos atuais, como por exemplo: ao invés de pedir para minha mãe coçar minhas costas, peço constantemente uma massagem nos pés.

Juro e compartilho com vocês que para mim foi uma surpresa boa, ver que apesar de não perguntar mais se é para lavar o cabelo (é raro, mas acontece muito), ainda temos tantas coisas do dia a dia.

Muito bom ter a minha mãezinha. Apesar de que a gente se desentende às vezes, mas acho que é porque somos mais parecida do que gostaríamos. Muito bom ter alguém pra cheirar meu cabelinho e dizer que está precisando de shampoo…

Foram memórias muito felizes neste último domingo…